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O porto da Horta

Existe uma altura do ano muito especial no Faial, e única nos Açores, onde uma baía acentuada e naturalmente protegida de ventos e ondas, começa a receber visitantes vindos de todos os cantos do Atlântico Norte. Este local privilegiado encontra-se na cidade da Horta, um ponto de encontro para navegadores, no meio do Oceano, como se de um oásis se tratasse. Este é o primeiro porto seguro para os que navegam ao sabor dos ventos alísios.

Tudo começa pelo mês de fevereiro. Os dias tornam-se lentamente mais compridos, o sol e o bom tempo que auguram a primavera, dão alegria a uma terra que sofre bastante com o tempo rigoroso de chuvas no inverno. Os primeiros barcos começam a chegar e trazem com eles outras cores, caras novas, vivencias e histórias de diferentes partes do mundo. Um ar fresco, inunda a cidade, que se rejuvenesce.
Inicialmente, encontramos os barcos maiores e mais resistentes, que conseguem aguentar a força e energia do mar “bravo” e invernoso. Entre estes, os bem-aventurados que conseguiram uma janela de bom tempo para navegar até à Horta.

Os barcos-escola são uma presença habitual entre março, abril e maio, que com as suas numerosas tripulações, vêm dar movimento ao porto. É aquela altura do ano, em que parece que estamos de volta à época das caravelas portuguesas. Os navios-escola são uma ótima oportunidade para que os estudantes aprendam temas específicos relacionados com a navegação, astronomia, reparação e manutenção, nós, entre outros. Para além disso, têm a oportunidade de viver num espaço confinado com outras pessoas, o navio.

Infelizmente são poucos os barcos à vela que atracam, transportando mercadoria. Trazem aromas à ilha de outras terras, um cheiro a café, cacau, rum, trazidos dos mares das Caraíbas. Estes barcos não têm data para chegar ao porto onde descarregam as cargas que vão coletando durante a sua jornada guiada pelos ventos alísios. É caso para se dizer “só o vento o dirá”. E quando um barco sem motor chega à baía da Horta, é momento de celebração, especialmente se chegar em dia de tempestade, acompanhado por ventos fortes, onde só a força das 3 âncoras a bordo o consegue fazer parar, no meio da baia, longe dos outros barcos, para evitar acidentes.

Muitos capitães passaram e passam pelo porto da Horta, dezenas de vezes ao longo da sua carreia, entre verões no Mediterrâneo e invernos cálidos e tranquilos nas Caraíbas. Alguns deles apaixonaram-se pela Horta e por aqui ficaram, a gozar a reforma perto do mar e do porto internacional, que tantas vezes os acolheu.

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